sábado, 5 de setembro de 2015

O que é sangue?
O sangue é um tecido vivo que tem como principais funções transportar o oxigênio dos pulmões para o corpo, defender o organismo contra infecções e promover a coagulação. O sangue recebe os alimentos já assimilados e os transporta para as células. Recolhe também todos os resíduos que se formam nos órgãos e os leva até os rins para serem eliminados através da urina.
É composto por uma parte líquida (plasma), constituída por sais minerais, vitaminas, água, fatores de coagulação, na qual estão misturadas as partes sólidas, ou seja, as hemácias, os leucócitos e as plaquetas. A quantidade de sangue que circula no corpo corresponde a 1/12 do peso corporal de cada pessoa.


Componentes do Sangue
Hemácias: São glóbulos vermelhos do sangue. Cada hemácia tem vida média de 120 dias no organismo. Existem em torno de 4,5 mil hemácias por milímetro cúblico de sangue. As hemácias são responsáveis por transportar o oxigênio dos pulmões para as células de todo o organismo e eliminar o gás carbônico das células, transportando-os para os pulmões.
Plaquetas: São os fragmentos de células que participam do processo de coagulação. Têm vida curta. No organismo circulam na proporção de 200 a 400 mil por milímetro cúbico de sangue. As plaquetas são muito importantes. Sua função é a obstrução das lesões ocorridas nos vasos sanguíneos que dariam origem a hemorragias.
Leucócitos: São os glóbulos brancos. Os leucócitos variam de 5 a 10 mil por milímetro cúbico de sangue. Também têm vida curta. Possui formas e funções diversificadas, sempre ligadas à defesa do organismo contra a presença de elementos estranhos a ele como por exemplo as bactérias.
Plasma: É um líquido amarelo claro que representa mais de 50% do volume total do sangue. É formado por 90% de água, onde estão presentes, dissolvidas, proteínas, gorduras, sais minerais e açúcares. Pelo plasma circula, por todo o organismo, os elementos nutritivos necessários à vida das células.

Tipos Sanguíneos
O sangue humano é classificado em grupos e subgrupos, sendo os mais importantes o ABO (A, B, AB e O) e o Rh (positivo e negativo).
 Os grupos sanguíneos mais comuns são o O e o A. Juntos eles abrangem 87% de nossa população.
O grupo B contribui com 10% e o AB com apenas 3%. O sangue O Negativo é conhecido como universal, pode ser transfundido em qualquer pessoa. Mas apenas 9% dos brasileiros possuem esse tipo de sanguíneo. É muito utilizado pelos hospitais pois é o sangue que salva em situações de emergência.
O tipo O positivo é o sangue mais utilizado no Brasil. O estoque de um hemocentro deve ter, no mínimo, 50% deste tipo sanguíneo.
No caso de transfusão, o ideal é o paciente receber sangue do mesmo tipo que o seu. Somente em situações de urgência/emergência lança-se mão de sangue universal O RH negativo.

Tipo de Sangue - Percentual de Ocorrência
O Positivo 36%
O Negativo 9%
A Positivo 34%
A Negativo 8%
B Positivo 8%
B negativo 2%
AB Positivo 2,5%
AB Negativo
0,5%

 Tipos de Sangue
COMPATIBILIDADE ENTRE OS TIPOS SANGUINEOS
Quem pode doar para quem? Como os tipos sanguineos se combinam entre si?
O Sistema ABO
Para entendemos como os grupos sangüíneos podem ser combinados entre si, precisamos entender alguns conceitos. A compatibilidade entre os vários tipos de sangue humano tem a ver com antígeno e Anticorpos. Aqui nos referimos a Antígenos Eritrocitários ou seja Antígenos existentes (ou não) nas nossas hemácias.
São estes Antígenos que diferenciam os grupos sangüíneos entre si. Veja como:
GRUPO SANGUINEO
ANTíGENO do sistema ABO
A
A
B
B
AB
A e B
O
nenhum
Preste bem atenção. Antígeno é algo que temos nas nossas hemácias ao nascermos, faz parte de sua estrutura molecular, é determinado geneticamente pela herança de nossos pais.
Observe que se você é do grupo O você não tem nenhum Antígeno (do sistema ABO) em suas hemácias. Indivíduos são do grupo A porque tem o Antígeno A em suas hemácias, Os do grupo B tem o antígeno B, os do grupo AB tem antígeno A e B.
Antígenos tem a propriedade de gerar Anticorpos quando introduzidos em organismo que não o contenha. Por exemplo, indivíduos do grupo A, que tem em suas hemácias o antígeno A, não podem ter em seu plasma o anticorpo Anti A. O mesmo ocorre com o indivíduo do grupo B, em relação ao antígeno B. Se um indivíduo tivesse em seu plasma um anticorpo oposto ao seu antígeno correspondente todas as suas hemácias seriam destruídas por ele.
Um conceito muito importante é que não existe anticorpo anti O, uma vez que não existe antígeno O.
Durante a infância sempre adquirimos naturalmente os anticorpos referentes aos grupos sangüíneos opostos, ou seja: Se você é do grupo O, em seu plasma existe anticorpos Anti-A e Anti-B, adquiridos naturalmente durante a infância.
Veja na tabela abaixo:
GRUPO SANGUINEO
ANTíGENO
ANTICORPO
A
A
Anti-B
B
B
Anti-A
A e B
A e B
nenhum
O
nenhum
Anti-A e Anti-B
Fica fácil de entender agora como os diversos tipo de sangue podem ser combinados entre si. Se você é do grupo AB, então você não tem nenhum dos anticorpos em seu plasma, daí você poderá tomar sangue de todos os grupos: A, B, AB e O (receptor universal).
Se você é do grupo A você tem anti-B em seu plasma, daí não poder tomar sangue do grupo B ou AB. Pode tomar dos grupos A e O. Como não existe "anti-O" as hemácias do grupo O podem teoricamente ser transfundidas em pessoas de todos os outros grupos (doador universal).
E o Rh?
Bem, existe também o sistema Rh e ele determina a presença de um Antígeno (também em suas hemácias), denominado Antígeno D. Indivíduos que o tem são Rh POSITIVOS e indivíduos que não o tem são Rh NEGATIVOS.
Veja a tabela:
Fator Rh
Antígeno do sistema Rh
POSITIVO
Antígeno D
NEGATIVO
nenhum
Não existe Anticorpos Anti-D adquiridos naturalmente e portanto ninguém tem Anti-D em seu plasma a não ser que tenha sido inoculado de alguma forma com sangue Rh POS., (pode ocorrer inoculação durante o parto ou aborto, transfusão incompatível ou compartilhamento de seringas em drogados).
Daí o conceito simples de que em relação ao Rh, indivíduos Rh POS podem tomar sangue Rh POS e NEG, enquanto indivíduos Rh NEG só podem tomar sangue Rh NEG., (na verdade poderiam tomar uma primeira transfusão Rh POS, mais seriam sensibilizados e desenvolveriam Anti-D e uma segunda transfusão poderia matá-los).
Eis abaixo um diagrama que ajuda a compreender a relação entre os sangues. Visualize primeiro sangues do mesmo Rh. Lembre-se: Rh positivo pode receber sangue Rh negativo. O oposto não é possível.
Tipos de Sangue
Diagrama que exemplifica as transfusões possíveis entre os diversos tipos de sangue e Rh.



A. Imunógeno
Uma substância que induz uma resposta imune específica.
B. Antígeno (Ag)
Uma substância que reage com os produtos de uma resposta imune específica.
C. Hapteno
Uma substância que não é imunogênica, mas que pode reagir com os produtos de uma resposta imune específica. Haptenos são pequenas moléculas que jamais poderiam induzir uma resposta imune quando administradas sozinhas, mas que podem quando acopladas a uma molécula carreadora. Haptenos livres, entretanto, podem reagir com produtos da resposta imune depois que tais produtos são lançados. Haptenos têm a propriedade de antigenicidade, mas não imunogenicidade.
D. Epitopo ou Determinante Antigênico
Aquela porção de um antígeno que combina com os produtos de uma resposta imune específica.
E. Anticorpo (Ab)
Uma proteína específica que é produzida em resposta a um imunógeno e que reage com um antígeno.


Podemos chamar de transfusão de sangue a transferência de sangue ou de um hemocomponente de um doador para um receptor. Esse é um procedimento realizado com o intuito de aumentar a capacidade do sangue de transportar o oxigênio, restaurar os níveis de sangue no organismo, melhorar a imunidade ou corrigir distúrbio da coagulação sanguínea.
Transfusão de Sangue
Transfusão de Sangue
A transfusão de um hemocomponente é escolhida sempre que possível, porque ela supre a necessidade específica do paciente, é mais segura e evita o desperdício dos demais.
Um hemocomponente pode ser:
A coleta, o armazenamento e o transporte do sangue são regulamentados por autoridades federais e locais, bem como algumas instituições possuem suas próprias normas adicionais.
Por isso os doadores são examinados para se constatar boas condições de saúde. São verificados pulso, pressão arterial, temperatura e, através de uma exame, a existência ou não de anemia.
Um doador pode ser desqualificado permanentemente caso se constate hepatite, cardiopatia, alguns tipos de câncer, asma grave, malária, distúrbios hemorrágicos, AIDS, entre outras doenças.
Já em constatação de gravidez, cirurgias de grande porte recente, hipertensão mal controlada, hipotensão, uso de drogas ou determinados medicamentos e anemia, o doador será temporariamente desqualificado.
Por ser um potencial instrumento de contágio, o sangue do doador passa por uma investigação rigorosa que faz uma varredura à procura de hepatites virais, Aids, sífilis e outros vírus selecionados.
Todo o processo de doação sanguínea dura aproximadamente uma hora, sendo que a doação propriamente dita demora cera de 10 minutos e, com exceção da sensação de picada, é indolor.
O sangue doado, aproximadamente 450ml é vedado em bolsas plásticas conservantes que possuem um composto anticoagulante. Esse sangue é refrigerado e pode ser usado em até 42 dias e, em circunstâncias especiais, os eritrócitos podem ser congelados e armazenador por até 10 anos. Devido ao fato de que a incompatibilidade entre o sangue do doador e do receptor, é feita uma classificação por tipo sanguíneo (A, AB, B ou O) e por RH ( positivo e negativo).
Como precaução, antes do início de uma transfusão, é misturada uma gota do sangue do doador com uma gota do sangue do receptor para assegurar a compatibilidade.
Existe uma transfusão em que o doador também é o receptor. Esse tipo de procedimento da-se o nome de “transfusão autóloga”. Considerada a forma mais segura, a transfusão autóloga pode ser feita por intermédio de duas possibilidades de coleta do sangue:
  • Na primeira o doador faz a coleta um mês antes da cirurgia que poderá acarretar a necessidade de transfusão.
  • Na segunda o sangue é coletado a partir de uma sangramento ou oriundo de um procedimento cirúrgico.
Para reduzir a possibilidade de alguma reação durante a transfusão, o profissional da saúde deve tomar precauções. As reações mais comuns são a febre e a hipersensibilidade, e pode acontecer entre 1 a 2% do total de transfusões realizadas.
Leia também:
Fonte:
Levada, Miriam M. O., Fieri, Walcir J. e Pivesso, Mara Sandra G.. Apontamentos Teóricos de Citologia, Histologia e Embriologia, São Paulo: Catálise Editora, 1996.
http://www.prosangue.sp.gov.br/prosangue/actioncuriosidades.do?acao=curiosidadeI
http://www.msd-brazil.com/msdbrazil/patients/manual_Merck/mm_sec14_153.html
http://mundoestranho.abril.com.br/saude/pergunta_287856.shtml



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